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21.12.05

O Show do Dr. Sin - Parte III

O Shaaman tinha acabado de sair do palco, pra certamente voltar alguns minutos depois. Aquela encenação idiota que toda banda faz.

Aí começou a introdução gravada de uma música. E então, quando chega a hora de começar a tocar, eles voltam ao palco acenando enqüanto o público ensandecido comemora e chora. Umas meninas desmaiam quando André Matos chega perto. Porra, eu tava num show do Shaaman ou dos Menudos?

Pra não dizer que o show inteiro foi uma bosta, resolvi aproveitar a última música lá na frente. Esmurrei uns três narizes, chutei o saco dos seguranças que estavam por perto, cuspi na cabeça daquele cabeludo filho da puta que ficou em minha frente boa parte do show, e coincidentemente estava perto de mim no meio da putaria.

Beleza, acabou a música e eu tinha apenas um cotovelo doendo. Pobre do rosto que bateu nele. Já ia saindo de perto pra procurar minha galera de novo, quando aqueles filhos da puta começam a tocar mais uma música. Porra, outra???

De repente se abriram duas rodas em volta de mim. Eu não tinha pra onde escapar. E as duas, que eram separadas, acabaram se juntando. E fiquei exatamente no meio. A coisa tava braba, o povo tava largando murro sem pena ali. Comecei a ficar com medo, e tentei sair. Não dava, era empurrado pra tudo que é lado. Quando conseguia chegar na borda, algum filho da puta que tava lá me empurrava pro meio de novo. A pior raça de gente é essa que fica na borda da roda só empurrando quem tá dentro, sem correr risco nenhum. São um bando de bichas! Até que então alguém do meio me empurrou com mais força que o normal em direção à borda, e neguin lá não conseguiu me barrar na saída. Saí catando ficha por alguns metros (se não sabe o que é catar ficha, foda-se), mas como a aglomeração era grande, o intenso contato físico me fez perder velocidade até parar batendo a cabeça na barriga de um gordo. Pronto, eu estava salvo.

Depois desse povo que fica na borda empurrando o pessoal de dentro, a pior raça é aquela que pensa estar em show de pagode e acha que é pra rolar pancadaria generalizada. Show de pagode é que tem briga, show de metal não. Mas, por incrível que pareça, havia alguns pagodeiros ali pelo meio, e eles eram os mais "calmos" e "educados". Provavelmente são amigos dos seguranças, e conseguiram entrar de graça. Pagodeiro é um tipo de gente que dá pra reconhecer de longe. Bermuda, pose de mau, e a maioria usa aquele chapéu de pescador cobrindo o cabelo pintado de amarelo. Taí, ponto pros pagodeiros, que tavam ali só pra curtir e não queriam confusão.

O Shaaman ainda tocou mais uma música, mas dessa vez sem incidentes. Finalmente aqueles cornos saíram do palco pra dar lugar aos roadies do Dr. Sin. O público se dispersou, e me juntei aos amigos novamente. Não tinha cortina cobrindo enqüanto os caras preparavam o equipamento da banda. Dali a pouco, pra testar se tudo tava certo, começaram a tocar juntos alguma coisa de improviso. Rolaram piadas muito engraçadas, mas que seriam totalmente sem-graça se contadas aqui, sobre aquilo ser o Dr. Sin Reserva. Sem graça mesmo, nem me peçam pra contar. Sem chance, viu.

E sobe no palco o verdadeiro Dr. Sin. Importante lembrar que nenhum dos caras que tavam comigo conhecia bem a banda, e ficaram embasbacados logo de cara. Dessa vez os semi-aleijados estavam ali na frente também, afinal, numa banda técnica como Dr. Sin as pessoas se preocupam mais em prestar atenção nos instrumentos do que num punho que possa estar atingindo o seu fígado em poucos segundos. É todo mundo calminho, nada de esculhambação.

Ah, espera só mais um pouquinho, vai!

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