Como salvar um coelho
Nunca gostei de animais de estimação. Só os peixes são legais, eles não dão trabalho nenhum. Eis que minha irmã resolve ter um coelho. Há uns 9 anos atrás eu tive um, e até que gostei do bichinho. Não lembro que fim teve, provavelmente cortou os pulsos porque não aguentava mais viver preso.
Meu pai acabou cedendo e marcou de ir comprar o tal do coelho num sábado, lá na cidade baixa (onde existem várias lojas de animais). Minha mãe disse: "É melhor ir em alguma loja por aqui, que lá na cidade baixa é perigoso", e meu pai respondeu, como se fosse o dono da verdade: "Pois lá vai ter mais de 20 coelhos pra escolher, e em uma lojinha qualquer a gente não vai ter muitas opções".
Acontece que o Detentor da Verdade Suprema e Absoluta sou eu, que falei: "aposto que você não vai encontrar coelho porra nenhuma!". Ele duvidou, mas contra a minha palavra não se pode brigar. Dito e feito. Chegaram lá e só encontraram um coelho velho e sujo (feio também). Minha irmã só faltou chorar.
Resolveram ir na terça-feira. Dessa vez, não gastei minha saliva pra dizer que não iam conseguir nada. O problema foi que eles chegaram tão cedo que as lojas ainda estavam fechadas, e provavelmente não teriam coelho nenhum também. Voltaram pra casa cabisbaixos, e fontes seguras dizem que meu pai tentou se matar três vezes no trabalho.
Até que então na quarta-feira papai vai lá na casa do caralho pra comprar um vaso de plantas. Chegando lá, o que ele encontra? Oh! Um coelho! O mais legal de tudo é que foi no horário de almoço do trabalho, ou seja, ele usufruiu da alegre companhia do roedor orelhudo enquanto fazia planilhas no Excel.
De noite, no mesmo dia, cheguei em casa na hora do jantar. Ao me sentar na mesa, perguntei: "Qual é o nome do coelho?", ao que minha irmã respondeu: "Fofuxo!". Espera um pouco... Você, caro leitor, coloque-se no lugar do animal. Gostaria que lhe chamassem de Fofuxo? Não, né? Para a sorte do coitado, eu tenho bom senso. Imediatamente retruquei: "Sivuca!". Como minha irmã detém a maior parte das ações do bichinho, a palavra final é dela.
Passaram-se alguns segundos até que ela falou: "Não, ridículo!". Foi como uma punhalada em minhas costas, mas eu sabia que o fardo confiado a mim não seria fácil. O coelho não podia se chamar Fofuxo! Era uma questão de vida ou morte! Coloquei meu cérebro a pleno vapor, e procurei me lembrar de um bom nome.
Nessa hora, partindo dos meus mais longínquos neurônios, veio o impulso que rapidamente saltou da minha boca, sem prévia autorização da língua: "CHUCRUTE!". Minha mãe prontamente disse: "Poxa... Esse é massa!".
Meu pai mostrava-se descontente, pois estava alheio a toda a discussão acerca do nome do coelho. Mas só até minha irmã perguntar: "O que significa chucrute?". Pegou pesado comigo. Não me lembrava a última vez em que ouvi essa palavra, e nem sonhava em saber o significado. Foi aí que percebi que, se eu sou o Detentor da Verdade Suprema e Absoluta, meu pai é no mínimo Ozzy Osbourne. Na minha falha ele viu a brecha que precisava, e falou, tentando manter-se calmo mas sem conseguir esconder o risinho de satisfação: "Chucrute é repolho!".
Agora, meu progenitor era o maior defensor da idéia perante minha irmã. Ele finalmente havia participado! Não sobrou outra alternativa, a não ser aceitar a escolha. Finalmente a grande dona majoritária do coelho havia sucumbido. Aproveitei que ela estava caída ao chão, e chutei-lhe a cara: "Quando acabar a janta, vou pro computador!"
Meu pai acabou cedendo e marcou de ir comprar o tal do coelho num sábado, lá na cidade baixa (onde existem várias lojas de animais). Minha mãe disse: "É melhor ir em alguma loja por aqui, que lá na cidade baixa é perigoso", e meu pai respondeu, como se fosse o dono da verdade: "Pois lá vai ter mais de 20 coelhos pra escolher, e em uma lojinha qualquer a gente não vai ter muitas opções".
Acontece que o Detentor da Verdade Suprema e Absoluta sou eu, que falei: "aposto que você não vai encontrar coelho porra nenhuma!". Ele duvidou, mas contra a minha palavra não se pode brigar. Dito e feito. Chegaram lá e só encontraram um coelho velho e sujo (feio também). Minha irmã só faltou chorar.
Resolveram ir na terça-feira. Dessa vez, não gastei minha saliva pra dizer que não iam conseguir nada. O problema foi que eles chegaram tão cedo que as lojas ainda estavam fechadas, e provavelmente não teriam coelho nenhum também. Voltaram pra casa cabisbaixos, e fontes seguras dizem que meu pai tentou se matar três vezes no trabalho.
Até que então na quarta-feira papai vai lá na casa do caralho pra comprar um vaso de plantas. Chegando lá, o que ele encontra? Oh! Um coelho! O mais legal de tudo é que foi no horário de almoço do trabalho, ou seja, ele usufruiu da alegre companhia do roedor orelhudo enquanto fazia planilhas no Excel.
De noite, no mesmo dia, cheguei em casa na hora do jantar. Ao me sentar na mesa, perguntei: "Qual é o nome do coelho?", ao que minha irmã respondeu: "Fofuxo!". Espera um pouco... Você, caro leitor, coloque-se no lugar do animal. Gostaria que lhe chamassem de Fofuxo? Não, né? Para a sorte do coitado, eu tenho bom senso. Imediatamente retruquei: "Sivuca!". Como minha irmã detém a maior parte das ações do bichinho, a palavra final é dela.
Passaram-se alguns segundos até que ela falou: "Não, ridículo!". Foi como uma punhalada em minhas costas, mas eu sabia que o fardo confiado a mim não seria fácil. O coelho não podia se chamar Fofuxo! Era uma questão de vida ou morte! Coloquei meu cérebro a pleno vapor, e procurei me lembrar de um bom nome.
Nessa hora, partindo dos meus mais longínquos neurônios, veio o impulso que rapidamente saltou da minha boca, sem prévia autorização da língua: "CHUCRUTE!". Minha mãe prontamente disse: "Poxa... Esse é massa!".
Meu pai mostrava-se descontente, pois estava alheio a toda a discussão acerca do nome do coelho. Mas só até minha irmã perguntar: "O que significa chucrute?". Pegou pesado comigo. Não me lembrava a última vez em que ouvi essa palavra, e nem sonhava em saber o significado. Foi aí que percebi que, se eu sou o Detentor da Verdade Suprema e Absoluta, meu pai é no mínimo Ozzy Osbourne. Na minha falha ele viu a brecha que precisava, e falou, tentando manter-se calmo mas sem conseguir esconder o risinho de satisfação: "Chucrute é repolho!".
Agora, meu progenitor era o maior defensor da idéia perante minha irmã. Ele finalmente havia participado! Não sobrou outra alternativa, a não ser aceitar a escolha. Finalmente a grande dona majoritária do coelho havia sucumbido. Aproveitei que ela estava caída ao chão, e chutei-lhe a cara: "Quando acabar a janta, vou pro computador!"
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