Image hosted by Photobucket.com

21.7.05

Assassinatos na Academia Brasileira de Letras

Tá vendo, mané? Quando eu digo que sou culto, ficam fazendo piada!

Antes mesmo de ser lançado, vi a resenha na revista VEJA. Falava que não era muito legal, que era previsível e coisas mais. Como aqui em casa o livro é caracterizado como "incentivo à cultura", não pago nada por eles. Pedi pela internet pra ver qual é o caso, e a conta pra mamãe, claro.


"Assassinatos na Academia Brasileira de Letras", se comparado aos outros livros de Jô Soares, é ruim. Claro que eu não esperava um "O Homem que Matou Getúlio Vargas" da vida, mas me decepcionou. Uma obra que deveria ser séria, torna-se patética por fatos que podiam ser facilmente descartados. Em alguns momentos, parece até uma redação escolar de tão absurdos que são os acontecimentos.

O começo é extremamente chato. É nele que acontece a maior parte das coisas ridículas. A narrativa não consegue prender o leitor, e nessa parte eu lia sem vontade só pra ver se melhorava depois. O troço vai se arrastando cansativamente.

Lá pelo meio do livro, como dizia o cara da VEJA, já dá pra saber quase o fim da história. Apesar disso, vai ficando mais interessante, mas os fatos continuam acontecendo devagar. Pelo menos já é uma melhora. A essa altura eu já era capaz de interromper a coçada de saco pra ler o desenrolar das investigações do comissário Machado Machado (é assim mesmo, eu não escrevi errado).

Como tudo fica mais legal com mulher no meio, é mais pro fim do livro que eu passei a ter vontade de ler aquilo. Não é putaria não. É que quando ela aparece, finalmente a história pega o embalo e vai andando. Fui lendo que nem sentia o tempo passar. O grande problema é que o assassino é anunciado muito cedo. Perde a graça toda! Antes mesmo dos investigadores saberem quem ele é, o leitor já sabe. Mas não é como naqueles livros em que passam a travar uma caçada mortal ao sacana, que é até legal saber a identidade do criminoso. Não tem emoção, o malfeitor tá ali de bandeja. Até faz um refém, mas em nenhum momento dá pra duvidar que ele fosse sair inteirinho.

Pause.

Uma coisa ridícula que acontece é relacionada às mortes. Apesar de estarem com o veneno no corpo há muito tempo, as personagens sempre morrem em alguma parte importante. Exemplo: um diz que sabe uma pista, e morre bem nessa hora. Outro vê um recado do assassino, e naturalmente morre no mesmo instante.

Play.

E então eles são felizes para sempre. Não tô tirando a graça de sua leitura não, porque no comecinho já dá pra prever isso!

Na verdade é uma narrativa ameaçadora. Ameaça ficar boa, mas não fica! Ou melhor, até fica, mas logo volta à merda de antes. Demorei umas três semanas pra concluir a leitura. Pra dar uma base, li "Os Três Mosqueteiros", que é bem maior, em dois dias.

Pronto, acabou. Acho que essa resenha foi tão chata quanto o livro...

E daí?

Image hosted by Photobucket.com