Estávamos nós em um bar aqui perto de casa no sábado à noite, jogando conversa fora, tomando uma Coca-Cola e cheirando cocaína. Eu não estava muito bem por causa da lepra, com um pouco de dor de cabeça e catarro verde saindo do nariz o tempo todo (às vezes pedacinhos de carne). Além do mais, não podia falar muito porque precisava ficar mordendo a língua pra evitar um espirro (tinha que tomar cuidado pra não engolir parte dela também). Caso não conseguisse me segurar, ia voar meleca pra tudo que é lado. Não seria nada legal.
O nariz foi escorrendo cada vez mais, e não dava mais tempo da mão secar antes de receber outro lote de catarro (eca!). Pedimos então uns guardanapos, que melhoraram um pouco a minha situação. O garçom trouxe um pouco depois a calabresa que havíamos pedido já fazia um bom tempo. Porção grandinha até, maior do que esperávamos. Vinicinho não se concentrou muito na comida, porque dizia que uma mulher não parava de olhar pra ele. Não adiantou a gente dizer que era feia e dentuça, porque o cara tava achando ela tão linda a ponto de chamar de "minha princesinha". E o pior é que ainda conseguiu pegar, e tirou até foto!
Enfim, eu sempre acabo escrevendo mais do que devo. O prato da calabresa tinha a salada de um lado, farofa do outro e a atração principal no meio. O problema é que não vieram pratos pra nos servirmos. Trouxeram apenas garfos espetados na comida. Até aí tudo mais ou menos bem, se não fosse o hábito do pessoal comer em cima da merda do prato coletivo, deixando cair sobras de coentro e salsa da boca diretamente em cima da farofa. Reclamei, claro, ao que Vinicinho respondeu: "Porra, Bill! Nunca comeu farofa com saliva não?". "Bem, estou comendo... E que tal experimentar com catarro?". Juntei na boca e cuspi. Não pude evitar que alguns pedacinhos de garganta caíssem também.
Foi aí que surgiu a polêmica: será que o garçom guarda as sobras pra servir a outra mesa depois? Lembrei-me do dia em que minha irmã pegou o pote de açúcar de um restaurante e jogou creme de leite dentro. Dois toletes em uma cagada só! Inutilizou o açúcar e acabou com o creme. É uma pena que eles pudessem ser reutilizados sem problema algum. Meus amiguinhos resolveram então acabar com o problema: à la minha irmã, jogaram Coca-Cola estrategicamente no prato. Mas ainda não dava pra perceber a meleira, ela estava camuflada entre os tomates. Coitadinho de quem comesse aquilo mais tarde.
Foi então que tiveram uma idéia melhor. Pegaram terra que tinha na árvore ao lado e botaram em cima da calabresa. Pra finalizar, enterraram a garrafa no prato. Pronto. O cozinheiro não seria capaz de servir aquilo nem pro cachorro! A tarefa estaria completa assim que víssemos a reação do garçom.
Nos fitou com o olhar mais frio que o de um true black metaller norueguês e ficou a ponto de pegar seu machado para nos esquartejar. Deve ter se lembrado da velha regra que o cliente é quem manda, e desistiu de sua idéia macabra. Como o prato já estava perdido, juntou todos os guardanapos da mesa com a mão e jogou dentro. Pobre coitado... Não sabia que eles estavam sujos de catarro, e não apenas farofa. Pra mostrar isso sutilmente, peguei mais um e assoei o nariz. Ele não era tão burro e percebeu que os outros deviam estar na mesma situação. Fez uma cara mesclada de nojo e ódio, limpou a mesa e deu as costas. Saímos rápido antes que ele resolvesse nos bater.
Com a confirmação de que nossa calabresa não era "inédita" (acabei de inventar a expressão), chegamos na esquina e metemos o dedo na garganta pra vomitar. Dessa vez foi mais longe, saiu um pouquinho de estômago.
Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, porque minha imaginação é fértil pra caralho!
O nariz foi escorrendo cada vez mais, e não dava mais tempo da mão secar antes de receber outro lote de catarro (eca!). Pedimos então uns guardanapos, que melhoraram um pouco a minha situação. O garçom trouxe um pouco depois a calabresa que havíamos pedido já fazia um bom tempo. Porção grandinha até, maior do que esperávamos. Vinicinho não se concentrou muito na comida, porque dizia que uma mulher não parava de olhar pra ele. Não adiantou a gente dizer que era feia e dentuça, porque o cara tava achando ela tão linda a ponto de chamar de "minha princesinha". E o pior é que ainda conseguiu pegar, e tirou até foto!
Enfim, eu sempre acabo escrevendo mais do que devo. O prato da calabresa tinha a salada de um lado, farofa do outro e a atração principal no meio. O problema é que não vieram pratos pra nos servirmos. Trouxeram apenas garfos espetados na comida. Até aí tudo mais ou menos bem, se não fosse o hábito do pessoal comer em cima da merda do prato coletivo, deixando cair sobras de coentro e salsa da boca diretamente em cima da farofa. Reclamei, claro, ao que Vinicinho respondeu: "Porra, Bill! Nunca comeu farofa com saliva não?". "Bem, estou comendo... E que tal experimentar com catarro?". Juntei na boca e cuspi. Não pude evitar que alguns pedacinhos de garganta caíssem também.
Foi aí que surgiu a polêmica: será que o garçom guarda as sobras pra servir a outra mesa depois? Lembrei-me do dia em que minha irmã pegou o pote de açúcar de um restaurante e jogou creme de leite dentro. Dois toletes em uma cagada só! Inutilizou o açúcar e acabou com o creme. É uma pena que eles pudessem ser reutilizados sem problema algum. Meus amiguinhos resolveram então acabar com o problema: à la minha irmã, jogaram Coca-Cola estrategicamente no prato. Mas ainda não dava pra perceber a meleira, ela estava camuflada entre os tomates. Coitadinho de quem comesse aquilo mais tarde.
Foi então que tiveram uma idéia melhor. Pegaram terra que tinha na árvore ao lado e botaram em cima da calabresa. Pra finalizar, enterraram a garrafa no prato. Pronto. O cozinheiro não seria capaz de servir aquilo nem pro cachorro! A tarefa estaria completa assim que víssemos a reação do garçom.
Nos fitou com o olhar mais frio que o de um true black metaller norueguês e ficou a ponto de pegar seu machado para nos esquartejar. Deve ter se lembrado da velha regra que o cliente é quem manda, e desistiu de sua idéia macabra. Como o prato já estava perdido, juntou todos os guardanapos da mesa com a mão e jogou dentro. Pobre coitado... Não sabia que eles estavam sujos de catarro, e não apenas farofa. Pra mostrar isso sutilmente, peguei mais um e assoei o nariz. Ele não era tão burro e percebeu que os outros deviam estar na mesma situação. Fez uma cara mesclada de nojo e ódio, limpou a mesa e deu as costas. Saímos rápido antes que ele resolvesse nos bater.
Com a confirmação de que nossa calabresa não era "inédita" (acabei de inventar a expressão), chegamos na esquina e metemos o dedo na garganta pra vomitar. Dessa vez foi mais longe, saiu um pouquinho de estômago.
Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, porque minha imaginação é fértil pra caralho!


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