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29.12.05

Deixando o show do Dr. Sin um pouco de lado (o grand finale já vem), vou falar de uma coisa esquisita que anda acontecendo comigo: de uns dois meses pra cá, estou tendo sonhos totalmente loucos e sem noção. Pra alguém que sonha o tempo todo, isso não faria diferença. A questão é que EU NUNCA SONHO. Pelo menos que eu saiba, não.

Bem, vou juntar nesse post os dois mais esquisitos entre os que vêm animando minhas noites de sono ultimamente.

[Dei uma relida e achei o primeiro uma merda, daí deletei. Isso é deprimente, deu um trabalhão pra fazer. Tinha até desenhos no paint. Fiquem só com o segundo então. E cliquem no banner pra pagar meu terapeuta... Tô cansado de ficar deletando posts gigantes que demoram mais de meia hora pra fazer. Sério, eu já deletei muitos, e isso é foda. Trabalho e tempo jogados fora. ]

Dedos Congelados

Desde o começo do ano eu estou aficionado pelo Canadá. Tudo começou quando meu pai foi passar pouco mais de uma semana a trabalho em Montréal. Voltou falando maravilhas do lugar, e ele mesmo sugeriu (deve ser um lugar muito bom... ou muito ruim) que eu fosse passar um mês estudando inglês por lá. Pra mim, que gosto de frio e não me conformo em morar num lugar que faz mais calor no inverno que no verão, seria ótimo. Ele me enrolou um pouco e marcou a viagem pro final de 2006/início de 2007 (é, na verdade enrolou bastante). Mas melhor assim, dá um tempo de pesquisar mais as coisas. Meu destino é quase certo, Montréal mesmo, embora lá também se fale francês e isso possa prejudicar um pouco. Estou tão entusiasmado que todo dia dou uma passadinha na parte histórica da cidade, e de vez em quando fico apreciando o movimento dos carros no centro financeiro. Já vi até um atropelamento! Agora que vocês estão a par da situação, que venha o sonho.

De repente eu estava dentro de um apartamento no Canadá, não sei em qual canto do país. Parecia que minha família havia se mudado pra lá, estava todo mundo em frente à televisão. Se fossem turistas, a última coisa em que pensariam seria a televisão. O que eu via pelos vidros era neve e mais neve, tudo branco.

Pense nisso. (?)

Daí notei que havia uma janela aberta, e falei pra meu pai:

- Nem deve estar tão frio lá fora, né. A janela tá aberta mas a temperatura aqui dentro continua boa.

- É, rapaz. Não tá muito frio não. Deve ser em média uns 15ºC, tá ótimo. Bota o braço pra fora que você vai sentir.

Não custava nada mesmo. Me aproximei, mas já desconfiando um pouco coloquei apenas a mão. Imediatamente, tudo começou a arder e meus dedos congeralaram. Parecia mágica! Eu não conseguia movê-los. Larguei um grito:

- QUE PORRA É ESSA???

Meu pai não conseguia falar nada. Estava se matando de dar risada, o filho da puta (com todo o respeito à minha avó). E minha mãe não parava de falar:

- Você é louco?? Como é que faz uma coisa dessas com o menino???

Botando em prática o conhecimento adquirido através de horas a fio em comunidades do Orkut sobre o Canadá, saí correndo em direção ao banheiro e meti minha mão embaixo da água fria. Segundo o povo, a quente não serve pra descongelar. Parece que não é muito raro acontecer isso por lá.

Daí eu não lembro se acordei, ou o sonho simplesmente acabou. Também não sei se sonhos acabam sem a pessoa acordar, mas tudo bem. O resultado é que isso só me fez ficar ainda mais ansioso pra estar a -10ºC.

Que venha a neve!

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24.12.05

Todos reunidos na casa do Vovô e da Vovó, era dia de festa. Família grande, conversando e rindo tomando sua cerveja. Era um clima ótimo, não havia ninguém de mau-humor.

Enqüanto todo mundo se fartava de peru e nozes, Tio e Tia resolveram ir na varanda, que estava vazia. Ficaram observando o movimento na rua, que não era grande. Naquela época haviam pouquíssimas casas por perto. O lugar era quase deserto.

Passa um carro velho bem devagar e lotado de pretos (uns seis), que olham atentamente pra todos os lados, como se estivessem procurando algo. Tio fala:

- Aposto duas nozes que esses caras vão assaltar algum lugar.

- Bah, as nozes estão na mesa à disposição de todos. Aposta simbólica não vale. De qualquer forma, deixe de ser racista. Só porque eles são negros significa que vão assaltar algum lugar? Se fossem brancos dentro no carro, você ia pensar isso também?

O Tio não gostava de falar muito, e preferiu se calar diante do discurso politicamente correto da Tia.

Cinco minutos depois, os pretos voltam e param o carro na frente do portão. Ninguém dentro da casa entendeu quando Tio e Tia entraram com os braços pra cima. Pensaram que era só uma brincadeira, até o primeiro cano de escopeta aparecer na porta.

Os bandidos entraram impondo respeito. Tinham um arsenal variado, que ia de simples pistolas a traiçoeiras metralhadoras. Mandaram todo mundo deitar no chão da sala de estar. Começaram a discutir sobre onde deixar aquele povo todo, eram mais de vinte pessoas. Depois de brigas e ameaças de morte, decidiram botar todo mundo dentro do gabinete, o escritório do Vovô. Lá não cabiam vinte pessoas. Ficou um aperto do caralho. Pelo menos não fecharam a porta, dava pra entrar um arzinho pela frestinha.

E a porta do gabinete ficava exatamente em frente à porta da varanda, que tem uma escada levando ao portão. Pela frestinha que os ladrões deixaram, a família presa no gabinete podia ver sua movimentação. Eles desciam as escadas carregando televisão, aparelho de som, discos de vinil e fitas K7 que os agradavam (e que mau-gosto, levaram as piores). Pegaram também algumas roupas.

É muito difícil desenhar uma porta aberta, viu.

Fizeram uma limpeza geral na casa, mas ainda faltava o principal em qualquer assalto: as jóias, e algum dinheiro se tivesse também. Um ladrão, supostamente o chefe do bando, entrou no gabinete e chamou pelo Vovô. De algum modo, ele sabia quem era o dono da casa. Provavelmente o roubo já havia sido planejado antes.

- Cadê o dinheiro?

- No banco, ué. Ninguém guarda dinheiro em casa hoje em dia.

- Tá bom, então cadê as jóias?

- Estão penhoradas.

- Não minta, porra!

- Estou falando a verdade!

Nessa hora, o Vovô viu a arma do homem, que estava presa na calça. Era prateada, bem brilhante. Ele, que não tinha conhecimento NENHUM sobre armas, pensou que por ser brilhante a pistola era de mentira.

- ESSA ARMA É DE BRINQUEDO!!!!! HAHAHAHAHA!!!!!! ESTÃO NOS ASSALTANDO COM UMA ARMA DE MENTIRA!!!!!!

O cara se irritou e meteu-lhe uma coronhada na testa, que abriu um corte. Foi até bonzinho, podia ter dado um tiro pra provar que era mesmo de verdade. E sim, as armas eram verdadeiras. Abriu a porta do gabinete e jogou o Vovô lá dentro, deixando dessa vez uma ameaça:

- QUEM PASSAR POR ESSA PORTA AQUI VAI TOMAR BALA!!!!! MELHOR FICAR TODO MUNDO PARADO AÍ!!!!

Foram vasculhar o quarto do Vovô e da Vovó à procura do cofre. Todas as casas tinham um cofre, nessa não podia ser diferente. Aí que entra a inexperiência daqueles bandidos. Qualquer um sabe que pra esconder um cofre embutido na parede, a alternativa preferida é pendurar um espelho na frente. Sendo assim, o primeiro lugar que qualquer um deve olhar quando estiver procurando por um cofre é atrás do(s) espelho(s). Pode ser que ele não esteja ali, ou até mesmo nem seja embutido na parede, mas de qualquer forma não custa nada.

Mas os assaltantes além de serem burros por não terem olhado atrás do espelho, onde o cofre de fato estava, e com todas as jóias da Vovó e dólares do Vovô, eram também cegos. Cegos mesmo, porque qualquer quatro-olhos (eu!) com 25 graus de miopia (vai com calma, só tenho 3,5) enxergaria o que eles não viram.

Digamos que o cofre era um quadrado com 40cm de lado, e o espelho que tentava cobrí-lo era redondo com 40cm de diâmetro. Tudo certo, ele tá escondidinho? NÃO, SUA BICHA BURRA!!!! Sobram as pontas do cofre, porque como eu disse antes, o espelho era redondo, e o cofre quadrado. A coisa era mais ou menos assim:

Lembra um pouco a bandeira do Brasil, né?

Como podem ver na figura (mas já deviam saber desde quando falei as medidas), sobra cofre, mais precisamente onde tem os X´s vermelhos. Agora me diz, COMO É QUE OS BANDIDOS NÃO ENXERGARAM ISSO??? A questão ainda se agrava se eu citar que a primeira coisa avistada quando se entra no quarto é a porra do espelho. Ninguém sabe o que levou o Vovô a colocar um espelho tão pequeno e inútil cobrindo o cofre, se bem que ele nunca imaginaria ter a casa invadida por ladrões. De qualquer forma, aquilo era feio, não havia justificativa. Bem, isso é irrelevante agora.

Os bandidos vasculharam o quarto e não encontraram o cofre. Como já haviam demorado demais naquela casa, resolveram ir embora. Talvez ainda fossem roubar mais alguém naquela noite. Pela fresta da porta do gabinete, a família viu os bandidos descendo as escadas, entrando no carro e indo embora. Estavam todos em estado de choque.

O telefone então começa a tocar na sala. Apesar de terem visto os ladrões se mandando, continuavam com aquela ameaça na cabeça, e tinham medo de sair. Até que então Cunhado toma coragem e dá um passo à frente. Como era de se esperar, não havia mais ninguém por ali. Também não havia mais televisão, videocassete, aparelho de som. Ele atende o telefone esperando que fosse alguém da polícia, ou dos bombeiros, ou da CIA, quem sabe. Mas era só um parente querendo desejar, olha que ironia, um FELIZ NATAL.

O ano, 1983. A família, a minha.

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22.12.05

Rapidinhas

A MUSIQUINHA voltou!!!!!

Há um tempo atrás, o blog tava muito lento. Acreditando que a razão fosse a Musiquinha (com M maiúsculo, olha o respeito), acabei tirando-a daqui. Mas a porcaria continuou lenta, o motivo era outro, e envolvido em resolver o problema acabei esquecendo completamente da nossa amiga querida. Faz uns dois meses que consertei, mas só ontem fui me lembrar do som. E tá aí.

Infelizmente, acho que o player não aparece no Firefox. Aqui fica pedindo pra botar plugin, esse tipo de merda, e eu sempre tenho preguiça de resolver essas coisas. No IE sei que funciona. Se alguém aí usa um navegador diferente desses, diz aí se tá tocando ou não.

A Musiquinha será alterada toda quarta-feira. Não tem lag, é uma maravilha. A qualidade do som não é ótima, senão ia demorar horrores pra carregar. Já demora um pouquinho desse jeito, imagina se fosse o quádruplo do tamanho. Mas é perfeitamente audível, vocês não têm do que reclamar.

Vão à merda!

======(faz de conta que embaixo é outro post)======

Vico voltou!

Odeio esse povo que diz que o blog acabou e volta uma semana depois. Bando de bichas!

======(faz de conta que embaixo é outro post)======

Eu queria falar outra coisa, mas esqueci. Quando lembrar, edito essa parte aqui.

======(faz de conta que embaixo é outro post)======

Não esqueçam de ler O Show do Dr. Sin - Parte III. Tá bem aí embaixo!

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21.12.05

O Show do Dr. Sin - Parte III

O Shaaman tinha acabado de sair do palco, pra certamente voltar alguns minutos depois. Aquela encenação idiota que toda banda faz.

Aí começou a introdução gravada de uma música. E então, quando chega a hora de começar a tocar, eles voltam ao palco acenando enqüanto o público ensandecido comemora e chora. Umas meninas desmaiam quando André Matos chega perto. Porra, eu tava num show do Shaaman ou dos Menudos?

Pra não dizer que o show inteiro foi uma bosta, resolvi aproveitar a última música lá na frente. Esmurrei uns três narizes, chutei o saco dos seguranças que estavam por perto, cuspi na cabeça daquele cabeludo filho da puta que ficou em minha frente boa parte do show, e coincidentemente estava perto de mim no meio da putaria.

Beleza, acabou a música e eu tinha apenas um cotovelo doendo. Pobre do rosto que bateu nele. Já ia saindo de perto pra procurar minha galera de novo, quando aqueles filhos da puta começam a tocar mais uma música. Porra, outra???

De repente se abriram duas rodas em volta de mim. Eu não tinha pra onde escapar. E as duas, que eram separadas, acabaram se juntando. E fiquei exatamente no meio. A coisa tava braba, o povo tava largando murro sem pena ali. Comecei a ficar com medo, e tentei sair. Não dava, era empurrado pra tudo que é lado. Quando conseguia chegar na borda, algum filho da puta que tava lá me empurrava pro meio de novo. A pior raça de gente é essa que fica na borda da roda só empurrando quem tá dentro, sem correr risco nenhum. São um bando de bichas! Até que então alguém do meio me empurrou com mais força que o normal em direção à borda, e neguin lá não conseguiu me barrar na saída. Saí catando ficha por alguns metros (se não sabe o que é catar ficha, foda-se), mas como a aglomeração era grande, o intenso contato físico me fez perder velocidade até parar batendo a cabeça na barriga de um gordo. Pronto, eu estava salvo.

Depois desse povo que fica na borda empurrando o pessoal de dentro, a pior raça é aquela que pensa estar em show de pagode e acha que é pra rolar pancadaria generalizada. Show de pagode é que tem briga, show de metal não. Mas, por incrível que pareça, havia alguns pagodeiros ali pelo meio, e eles eram os mais "calmos" e "educados". Provavelmente são amigos dos seguranças, e conseguiram entrar de graça. Pagodeiro é um tipo de gente que dá pra reconhecer de longe. Bermuda, pose de mau, e a maioria usa aquele chapéu de pescador cobrindo o cabelo pintado de amarelo. Taí, ponto pros pagodeiros, que tavam ali só pra curtir e não queriam confusão.

O Shaaman ainda tocou mais uma música, mas dessa vez sem incidentes. Finalmente aqueles cornos saíram do palco pra dar lugar aos roadies do Dr. Sin. O público se dispersou, e me juntei aos amigos novamente. Não tinha cortina cobrindo enqüanto os caras preparavam o equipamento da banda. Dali a pouco, pra testar se tudo tava certo, começaram a tocar juntos alguma coisa de improviso. Rolaram piadas muito engraçadas, mas que seriam totalmente sem-graça se contadas aqui, sobre aquilo ser o Dr. Sin Reserva. Sem graça mesmo, nem me peçam pra contar. Sem chance, viu.

E sobe no palco o verdadeiro Dr. Sin. Importante lembrar que nenhum dos caras que tavam comigo conhecia bem a banda, e ficaram embasbacados logo de cara. Dessa vez os semi-aleijados estavam ali na frente também, afinal, numa banda técnica como Dr. Sin as pessoas se preocupam mais em prestar atenção nos instrumentos do que num punho que possa estar atingindo o seu fígado em poucos segundos. É todo mundo calminho, nada de esculhambação.

Ah, espera só mais um pouquinho, vai!

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17.12.05

O Show do Dr. Sin - Parte II

Voltamos pro Othon, e os portões estavam abertos.

Mas ninguém entra num show sem pegar fila (a não ser que você seja da produção, claro). E, nesse caso, não podemos chamar o que havia ali de fila. Era uma aglomeração, mais ou menos como a galera pra pegar o lanche lá no colégio. Tinha até algumas pessoas que tentavam fazer algo organizado, mas quem tenta ser honesto no Brasil só se fode. O resultado era quase um espermatozóide:


Não nasci pra pegar fila, então eu e meus amigos resolvemos ficar num cantinho esperando a coisa aliviar. O pessoal não é doido de começar o show antes de todo mundo entrar. Não tinha problema nenhum. Estávamos nós tranquilos, conversando sobre o efeito estufa, quando vem um cara todo alegre na minha direção:

- Ei! Eu toco na sua banda!!!!

Tava meio escuro e eu demorei pra reconhecer, até que então me toquei: era o baixista da Far Sight.

O cara vinha todo alegre, querendo dar um abraço, e tomou uma bicuda na canela!

- Ô seu filho da puta, por que não foi pra merda do ensaio?

- Ai! Porra, o cara só me avisou quando faltava uma hora, e eu tava na casa de praia de minha tia. Não deu...

- Humpf! Sai da minha frente antes que eu te parta em dois!

Ele saiu correndo desesperado e sumiu no meio da multidão. Claro que eu tinha motivos pra estar com raiva. Se ele fosse pro ensaio, o valor ia ser dividido por mais pessoas, e conseqüentemente eu gastaria menos de 12 reais. Filho da puta! Se bem que eu devia mesmo era estar odiando o cara que marcou o ensaio, porque avisou de última hora e ninguém pôde ir. Depois eu dou uma bicuda nele também.

Mas a "fila" estava andando devagar demais. Começamos a temer que o show de fato começasse antes de todo mundo entrar. Isso já aconteceu uma vez, mas era um show com quatro bandas, e a de abertura só ia tocar meia hora mesmo. Seria muito diferente com o Shaaman. Mas sabe-se lá o que pode acontecer, né. Na dúvida, resolvemos nos aproximar da putaria pra analisar a situação. Foi aí que deu pra ver o absurdo.

Haviam apenas três catracas pra entrar. Só três, nada mais que três. Não satisfeito com isso, o pessoal da produção resolveu dividir o fluxo de pessoas, o que me fez desejar que aqueles filhos da puta tomassem um prejuízo brutal nos ingressos. Mas tinha muita gente, os sacanas devem estar com o rabo cheio de grana. Sim, a razão da minha raiva é que a divisão das "portas" foi feita de uma forma "meio" desigual:

- Uma para o camarote - 100 gatos pingados que tinham 40 reais pra gastar;
- Uma para pista com autógrafo - 200 primeiros a comprar;
- Uma para pista comum - DUAS MIL PESSOAS!!!!!!!

O resultado da estupenda e maravilhosa burrice vocês já sabem. Enquanto numa catraca tava a maior putaria, as outras duas estavam vazias. Só depois que restavam pouquíssimas pessoas pra entrar (inclusive eu), resolveram liberar o acesso da pista comum por todas as catracas. Mas a essa hora nem precisava mais. Filhos da puta!

Passamos pela catraca, fomos revistados (o segurança passou a mão de modo suspeito em meu saco), e procuramos um bom lugar para nos posicionar. Eu queria algum lugar na frente, pra ficar perto e talvez conseguir derrubar a bichinha do André Matos do palco, mas como haviam dois semi-aleijados comigo (quebraram a perna e ainda estavam em fase de recuperação), era mais prudente arranjar um canto mais pro fundo, onde não tem quebra-pau.

Lá atrás, havia uma "clareira" que parecia feita pra nós. Nos estabelecemo por lá mesmo, à espera do início do show. A visão do palco era até boa. E foi de lá que a gente pôde olhar pro camarote e rir da cara daqueles otários que pagaram 40 reais: o camarote nada mais era que um trequinho com uns 50cm de altura e uma grade na frente. Como se não bastasse, ficava no fundo extremo, ou seja, mais longe do palco, impossível. Palco esse que era bem alto, e dava pra ser visto, e bem, de qualquer ponto da pista. A não ser que um gorila cabeludo ficasse na sua frente, e foi exatamente isso que aconteceu comigo.

Não bastasse ter que aturar o som de André Matos e sua galerinha, ficava um gigante filho da puta na minha frente impossibilitando-me de ver as macacadas que eles faziam (dá pra se divertir um pouco). Nesse momento eu pensei em cortar o cabelo. Falando sério, quando aquela porra lá tava em minha frente, eu pensei seriamente em cortar meu cabelo, e voltar a ser um rapaz "respeitável". Meu cabelo não é bom não, mas, puta que pariu, o do cara era no mínimo 10 vezes pior! Eu ia juntando a raiva de não conseguir enxergar direito com o fato daquela porra estar a uns 5cm de meu nariz, e queria matar aquele sacana. E fedia, viu. O cabelo dele tava preso, e não se direcionava pra baixo. Era pros lados e pra cima:


Alguém no mundo acha essa porra bonita? Nem a mãe do cara deve achar! Fui juntando na minha cabeça todas as vezes que alguém dizia "corta essa porra", "porra, tá horrível" ou "você acha isso bonito?", e quase tomo ali mesmo a decisão de cortar. Lembrei que é um saco lavar a cabeça, que o cabelo atrapalha na hora de fazer muitas coisas. Mas não. Meu cabelo não é horrível como o daquele cara. Merece ficar na minha cabeça mais um pouquinho, pelo menos até passar no vestibular. Acabou.

Pensei em procurar outro lugar, mas acho que o Shaaman não valia o meu esforço. Arranjei uma alternativa melhor: jogar Fifa 2004 no celular! Mas não venham pensando que meu celular é fodão. O gráfico é uma bosta, e os jogadores se movimentam como soldados que tiveram suas pernas arrancadas no campo de batalha (ou seja, mais lerdos que lesmas). Mas é divertido, dá pra passar o tempo.

Brasil x Argentina. Grande clássico. A bola começou comigo, e fui logo pro ataque numa jogada individual. Tocar a bola, nesse jogo, é sempre um mau negócio. Driblei uns três zagueiros, e tomei um carrinho de alguém que não lembro o nome. Mas o árbitro filho da puta não marcou falta, e o sacaninha saiu correndo com a bola. Tento a posse de bola amigavelmente enquanto ele vai chegando na minha área. Quando já tava perto do gol, não teve jeito. Meti um carrinho. Adivinha quem foi? ROQUE JÚNIOR!!!! Ele, que deve dar a bunda pra toda a comissão da CBF. Entra técnico, sai técnico, e essa desgraça continua escalada!!! O pênalti, batido por Crespo (na verdade não lembro quem foi, esse é o primeiro nome que veio na cabeça), passou por Marcos e tornou-se um gol. E por pouco eu não meto o celular no chão. Saí do jogo e guardei-o no bolso, em segurança.

O Shaaman tinha acabado de sair do palco, pra certamente voltar alguns minutos depois. Aquela encenação idiota que toda banda faz.

E vocês vão ter que esperar mais um pouquinho...

[P.S.] Diretamente do MSN, para aqueles que ainda não entenderam como era o cabelo do cara. Aí está o moleque de perfil:




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13.12.05

Acordei feliz no domingo: show do Dr. Sin, caralho!!! Já tinha até ido em um, mas na época nem conhecia a banda. Todo mundo sabe que não tem graça nenhuma ouvir músicas que não conhecemos (com algumas exceções). Pois é, acordei feliz.

Meia hora depois, às 13:30, bate na porta (na verdade toca a buzina) o outro guitarrista da minha banda com o instrumento nas costas. O nome é Far Sight, pra quem não sabe.

- Bora!

- ?

- Nem faça essa cara de indagação, viu. Bora logo!!!

- Não sabia que você ia pro show. É só mais tarde, pô.

- Show porra nenhuma, rapaz. Bora pro ensaio, caralho!!!

- Ensaio??? Que horas?

- Eu disse que ia marcar ensaio hoje! É 14h.

- Então, tá. Vá indo pro estúdio que eu vou tomar um banho e já chego lá.

Sim, o estúdio fica pertinho de minha casa, que por sua vez fica perto da casa do cara. É tudo perto. O moleque realmente tinha dito que haveria ensaio nesse dia, mas não ficou nada certo. Além do mais, ele disse que seria ao meio dia. Como não apareceu em minha casa mais cedo, pensei que tinha desistido. Mas tudo bem. Só que aí eu comecei a pensar: se o ensaio começa às 14h e dura três horas, acaba então às 17h. CARALHO!!!!!! É A HORA DO SHOW DO DR. SIN!!!!!!!!!!

Pois é, quase uma matiné. É que meteram a censura lá pros 13 anos, e a pivetada tem que voltar pra casa cedo. Ah, e eu já ia me esquecendo que era um domingo. O povo trabalha/estuda na segunda-feira. Sabe como é, quando tá de férias a gente perde a noção dos dias. É tudo feriado!

Enfim. Tomo banho agora e saio mais cedo do estúdio direto pro show. Umas 16h tá ótimo. Tudo certo. O único problema é que eu não sabia qual ônibus pegar pra chegar no local do show, que fica bem longe de lá. Talvez meu pai pudesse me levar. Me arrumei e fui falar com ele.

- Pai, me pega no estúdio e leva lá no Othon 16h?

- Sem chance.

- Pô pai, tô esperando esse show há um tempão!

- A gente ainda vai sair pra almoçar no shopping, e já são 14:30. Nem a pau que eu já vou estar aqui às 16h.

- Duas e meia??? Puta que pariu, tô atrasado pro ensaio! Vou indo e me viro lá. Não tem jeito mesmo não?

- Onde fica o estúdio?

- Aqui perto, vou andando.

[cortarei o blábláblá]

- Então eu saio do shopping mais cedo, e te pego no estúdio às 16:25. Esteja na porta!

Ele é muito bonzinho, mas estava bastante contrariado.

Cheguei no ensaio, e só tinha eu, o outro guitarrista e o baterista.

- Cadê o resto do povo?

- Não deram sinal de vida. Vocal, baixo e teclado.

Não rendeu nada. Tocamos o que já tínhamos ensaiado anteriormente, juntamos uns riffs que eu fiz e deu pra formar uma música. Só o esqueleto mesmo. Quando olhei pro relógio, já eram 16:15. Juntei minhas tralhas e deixei 12 reais na mão do pessoal. Dos 50 iniciais, restavam 38. Não ia dar mais pra voltar de táxi depois do show, a única solução seria o ônibus (calma, 38 reais dá pra pegar um táxi, mas no desenrolar da história ainda vou torrar essa grana todinha... esperem). Essa despesa de ensaio não estava prevista nos meus planos. Mas começando 17h, deve acabar cedo. Não tem perigo pegar o buzú (eu não sabia pegar o de ida, mas no de volta já entrei várias vezes).

Meu pai já chegou no estúdio de cara fechada. Teve que sair mais cedo do shopping, coitado. Cheguei no lugar do show e encontrei meus amigos na porta. Dos 38 reais, fiquei com apenas 13: a porra do ingresso custava 25! Facada do caralho!

(Eu sempre me atrapalho com essa coisa de escrever números. Não sei quando deve ser por extenso, etc. Vão se ferrar e relevem os erros!)

Esperamos um pouco. Deu 17h e nada do portão abrir. Meu plano de voltar pra casa de ônibus começava a ficar ameaçado. Tomei uma Coca-Cola. Menos dois reais, onze agora. Outra Coca, dessa vez por R$1,50. Que merda, devia ter encontrado essa barraquinha antes. Como os 50 centavos foram "extra 50 reais" (encontrei as moedinhas no bolso), subtrairei apenas um real. Agora são dez.

De repente, 18h. Puta que pariu! Eu devia ter imaginado. Shows em Salvador nunca começam na hora marcada. Fomos então numa lanchonete ali perto. Não muito perto, na verdade. Uns trezentos metros de distância do Othon. O pior que podia nos acontecer era perder o começo do show de abertura. Isso não significava muito, tendo em vista que a banda era a bosta do Shaaman. Nada de mais.

Dei quatro reais que estava devendo à bicha do Eric (você é bicha mesmo, foda-se) pra ele poder comer um hot-dog com Coca-Cola. O coitadinho estava faminto. Tive que controlá-lo pra não mexer nas latas de lixo pelo caminho! Meu saldo ficou em R$6,00.

Voltamos pro Othon, e os portões estavam abertos. Mas você vai ter que esperar a continuação da história pra saber como foi lá dentro!

(Caramba, agora eu tô devendo dois posts!)

Obs.: Quero agradecer a Morri (é esse mesmo o apelido da figura) por ter salvo minha vida quando eu, totalmente distraído, quase encostei num cacto durante a espera pela abertura dos portões (antes de ir na lanchonete). Era morte na certa! Agradeçam a ele também, sei que vocês não conseguiriam viver sem mim!

Obs. 2: Acabo de receber informações de que meu (nosso) herói, enqüanto eu estava na lanchonete (ele não foi), acidentalmente repousou sua mão sobre um "galho de cacto" que estava caído no chão. Furou a mão toda, tadinho. Minhas (nossas) condolências então.

Morri* diz:
quase q furo uma veia do dedo

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4.12.05

Dessa vez passei perto, quase apanho na rua. Se bem que isso podia até dar certo status no colégio: "pô, Bill tava brigando na rua, só que aí como eram seis caras contra ele, acabou apanhando, mas ele brigou pra caralho, só se deu mal porque não tinha jeito". Aí todos iam me achar o fodão, e me respeitariam ainda mais (claro, sou muito respeitado). É, acho que seria melhor brigar mesmo. Mas como já passou, não adianta chorar. Qualquer dia procuro esse povo de novo, mas agora tudo que posso fazer é relatar a história.

Estávamos nós aqui perto de casa por volta das 8h da noite, na maior vontade de comer um hot-dog com pimenta e rúcula (a rúcula é mentira, mas pimenta tem sim). Como a fila era bem grande (mais ou menos como essa aí da esquerda), resolvemos ir comer um espeto de carne, que fica um pouco longe. Até aí tudo bem.

(Só uma dúvida: você sabe que a fila não era tão grande assim, né?)

Mas acontece que Vinicinho sofre com a síndrome de tem-uma-mulher-me-olhando. Por causa disso quase me fodo. Eu já estava um pouco longe, quando o cara voltou ao carrinho do hot-dog pra ver uma mulher que, segundo ele, não tirava os olhos de seu abdômen super-definido. Já passava um bom tempo, então comecei a olhar na sua direção pra chamá-lo, na esperança que se virasse e pudesse me ver. O problema é que entre nós havia um grupinho com seis ou sete caras aparentemente muito maus. Devo explicar aqui que a distância entre eu e Vinicinho era cerca de 10 metros, e os malvadões estavam bem no meio.

Só omiti a fila, porque é irrelevante.

Ao me ver olhando insistentemente na direção deles, os caras começaram a pensar que eu queria confusão, e passaram a me encarar. Puta que pariu. Mas eu percebi isso, e virei pro outro lado, fingindo que nada tinha acontecido. Só que o viado do Vinicinho tava demorando demais! Olhei mais uma vez, e ele tava virado pra mim. Fiz então aquela pose de "o que foi?", abrindo os braços e fazendo cara de indagação. Os caras viram e devem ter pensado "pô, esse pivete tá de brincadeira... tirando onda com a gente, e ainda tá sozinho", e olharam pra trás pra ver se eu não estava falando com alguém. Como tudo sempre dá errado, Vinicinho não estava mais virado pra mim. Filho da puta! Agora eles tinham certeza que eu queria briga, e estavam em um número muito grande (se fossem até cinco eu quebrava todos no pau).

Pose de "o que foi?". Atenção especial pra cara de indagação. E o cabelo também não é assim, eu só tava com preguiça de desenhar.

Mas pelo jeito eles não estavam muito a fim de confusão não, porque continuaram parados. Por um milagre (é, talvez eles existam), Vinicinho veio nessa hora (ele ainda não sabia da confusão que tinha criado). Puxei-o pra ir mais rápido, só que a bicha quis parar numa merda de uma barraca pra comprar doce. Aquelas balas mastigáveis de cinema, são muito gostosinhas. Não lembro ao certo porque não comi nenhuma. Acho que pedi mas o sacana não deu. Muito mau esse cara. Estava começando a contar a história pra ele, já pensando que havia me safado, quando chegam dois caras de meu lado. Um cabeludo, que não parecia muito mau, e outro com cara de miseravão (ui!). O cabeludo com cara de otário foi logo falando comigo:

- Ô seu cabeludo! Eu tava ali sentado de costas, e os caras disseram que você me chamou de mulher! Que idéia é essa?

Porra, não pensei em mais nada pra falar, além do óbvio:

- Não falei não... Também sou cabeludo, pô...

Fim de papo. Ele não podia dizer mais nada. Como um cabeludo chamaria o outro de mulher? Impossível. Percebi o alívio no rosto dele, que apertou minha mão (?) e foi embora. Não sei se é porque não gosta de brigar, ou porque sou muito forte e teve medo. Mas o cara do lado não gostou muito não. Eu finalmente estava salvo.

Em primeiro lugar, tive sorte porque todos os caras não vieram tirar satisfações, preferindo dar essa tarefa a um que não estava nem com eles (que deve ser amigo, claro). Mas o que me salvou mesmo foi a falta de criatividade deles. Se raciocinassem um pouquinho, iam perceber que aquilo não funcionaria, e inventariam outra coisa pra armar a briga. Mulher é foda! Um aidético não diz que outro tá fodido, por exemplo (que comparação infeliz). Se dissessem que eu chamei o cara de "puta", por exemplo, não tinha escapatória. Seria a minha palavra contra a deles, e o cabeludo com certeza acreditaria nos amigos. Eles foram muito burrinhos, muito mesmo. Nossa, como foram jumentinhos.

Mas de qualquer forma eu não tive medo, pois como disse antes Vinicinho estava por perto o tempo todo. E ele é forte pra caralho. Ah, se é.

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1.12.05

PASSEI, PORRA!!!!!!!!!!!!


[P.S.] Agora são três posts seguidos!

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