Vocês tiveram um dia inteirinho pra votar. Alguns me disseram o voto pessoalmente ou por msn, mas só valem os que foram feitos aqui nos comentários. Ou o que foi feito, porque foi só um. Sendo assim não reclamem. E novo post agora só na sexta-feira (como eu tô botando isso de noite, é como se valesse pra amanhã)! A primeira parte desse post, que está bem ali embaixo, acabou desse modo:
Lá não indicava o prêmio máximo, mas eu estava consciente que o conseguiria naquele momento. Passei o cartão mais uma vez e me preparei. Apertei o botão, e então...Merda! Oito tickets de novo! Desisti daquele brinquedo e parti pra outro:
E agora, entendeu meu desenho? Isso não é nada além daquelas plaquetinhas com cara de palhaço boboca que caem quando a gente joga bola nelas. Não lembro quanto custava, mas era em torno de dois reais. A brincadeira era por tempo. As bolas iam chegando, e com minha mira sensacional consegui derrubar todos os palhaços boiolas por duas vezes (depois que caem todos, eles sobem de novo)! Saíram uns 20 tickets! Passei o cartão mais uma vez na esperança de conseguir derrubar mais plaquinhas, mas perdi dinheiro. É que no meio do jogo apareceu um pivete que roubou uma bola. Vi a maldade no fundo de seus olhos. Na verdade ele queria apenas acertar um palhaço, mas aquilo ia significar grande perda de tempo pra mim! Tomei a bola da mão dele e dei dois murros no estômago. Ele saiu chorando e foi buscar a babá, que disse:
"Você pensa que é o pai dele, seu cabeludo babaca?". Mais uma vez fui alvo de preconceito! Não podia deixar barato:
"E você pensa que é gente, macaca peluda?". Mas dessa vez não fui pra delegacia, porque imediatamente matei os dois e joguei dentro da piscina de bolinhas. Quando voltei ao brinquedo depois de alguns minutos perdidos pra expulsar a pivetada do lugar onde ocultei os cadáveres, meu tempo havia acabado.
Nessa hora, meu instinto porco capitalista ficou um pouco de lado e resolvi ir em algum brinquedo que não dá tickets. A diversão é o que vale. Encontrei um simulador de Jet-Ski, mas tinha um molequinho sentado nele sem nem jogar. Odeio de ódio mortal esse povo que fica fingindo que brinca, e sem pagar. Dei um mata-leão nele, mas o pai viu e chamou o segurança. Mas eu tinha um cartão, e eles não! Assim, foram chutados pra fora. Literalmente chutados! Eu pensava que isso só acontecia nas revistas do
Pato Donald.
Pause!Fui procurar no Google uma imagem do Donald sendo chutado, e olha o que encontro:
Pobre menininha... Acho que as palavras em branco ali embaixo já dizem tudo!
Play!Subi no Jet-Ski, passei o cartão, e nada. Passei mais uma vez, e nada. Aí veio uma mulher:
"Err... Esse tá quebrado...". Mas que maravilha!!!! Não me deixei desanimar e procurei outro simulador:
Minhas técnicas de desenho estão evoluindo! Olha só que beleza! Uma moto! A de lá não era feia assim... Era bem mais colorida, chamativa e gay. Um moleque sentou na moto ao lado e desafiou:
"Vamos ver quem ganha!". Se vocês não sabem, nesses simuladores que ficam lado a lado dá pra jogar no modo
multiplayer. Ignorei o seu pedido pra colocar a marcha no
manual, e escondido selecionei o
automático. Sou muito mau mesmo! Fiz uma péssima largada, mas olhei pra tela dele e vi que não fui o único. Percebi então que o sistema do jogo é esse, sair no fundo e ultrapassar a putada. O brinquedo não era muito legal. Cheguei em 5º e ele em 8º. O coitado saiu correndo chorando. Botei o pé na frente, e ele caiu de boca no chão. O aparelho partiu os lábios, e de brinde quebrou um dente também. Que peninha!
Mas meu lado capitalista continuava precisando de tickets! Perto do brinquedo onde matei o pivete e a babá, tinha um outro que parecia legal:
Esse dá pra entender bem! A brincadeira consiste em jogar uma bola rolando na "pista de lançamento", que é plana. Aí quando chega na "ladeirinha" ela sai voando e entra em algum dos buracos, que têm valores diferentes. Passei meu cartão e vieram algumas bolas. As primeiras três acho que acertei nos que valem bem pouco. Depois consegui acertar algumas vezes no 50, mas nenhuma no 100. Ao final, tinha uns 180 pontos (pontos não são tickets).
Agora cabe falar um pouco de como somos feitos de otários em um parque desse tipo. A vista daquela fila de tickets grudados saindo do brinquedo e se embolando no chão é um verdadeiro tesão. A nossa mente é invadida por um pensamento que diz ser possível sair lucrando em cima do Playland. Porra, ninguém nunca vai conseguir isso! Pra ganhar um prêmio de 10 reais, gasta-se no mínimo uns 100 nos brinquedos! Mas mesmo assim os idiotas (me incluo nesse grupo) continuam gastando dinheiro à rodo pensando que vão voltar pra casa cheios de brindes! Se quer presente, pega a grana e compra um, caralho! Burrice é ir no parque achando que vai se dar bem! Não, não vai mesmo. Só existem duas opções: se foder e se foder! É igual às drogas. Tem até uns pivetes que ficam roubando na praça de alimentação do
shopping só pra ir brincar depois.
Sim, eu fui feito de otário. Ganhei uns 30 tickets nesse troço da ladeirinha e fiquei deslumbrado. E ele era bem caro, uns R$2,50. Joguei mais uma vez e só consegui 25. A vontade de jogar nele novamente era imensa, mas como tenho força de vontade, parti pra outro:
Hora de medir minha força!
Para a minha frustração, o brinquedo era extremamente infantil. Claro que eu queria tickets, mas também seria legal um pouquinho de dificuldade! Não lembro o preço, mas dava direito a três marteladas. Usei pouquíssima força e atingi a altura máxima todas as vezes. Mas o prêmio foi proporcional ao meu trabalho: uns 15 tickets só. Agora eu tinha apenas R$1,70 no cartão, e escolhi o brinquedo que fecharia o dia:
Dá pra ver o que é? Não consegui arranjar uma foto maior, mas creio que todos entenderam o que é. A famosa caça aos jacarés! Basta segurar o martelo (ui!) e descer a porrada em cima dos jacarés que vão saindo da toca. Em tese, é uma tarefa muito fácil. Cheguei lá e olhei o visor:
"Custo: $1,90". Porra, e agora? Meti a mão no bolso sem muita esperança de encontrar algo, mas tirei uma nota fiscal de lá. Era uma casquinha do
McDonalds comprada algumas horas antes.
Pago: $2,00.
Troco: $0,40. Alguns centavos eu tinha, só restava saber onde estavam! Olhei em todos os bolsos, abri a carteira e não encontrei nada. Fiquei pensando se já tinha gasto essa grana, mas não me lembrei. Relaxei o braço e ele bateu em minha perna. Meu tato pôde captar alguma protuberância (!) no bolso. Botei a mão lá de novo e consegui sentir algo que parecia uma moeda, mas não dava pra pegar.
Só não sei como as moedas foram parar aí! Esse bolso é extremamente inútil, pelo menos pra botar moedas. Tirar algo de lá é um sacrifício, porque é muito fundo e fino. Nem um etíope desnutrido consegue catar uma coisa dali. Não sei como, mas eu consegui pegar uma das moedas, felizmente de 25 centavos. Saí correndo até o caixa e pedi pro cara depositar minha moedinha no cartão. Ele me olhou como se eu fosse louco, mas fez o que pedi. Voltei voando ao brinquedo, que agora tinha uma fila de uns 15 pivetinhos. Eu não queria esperar. Cheguei lá e soltei um peido, o que resultou num saldo de 8 desmaios e 6 mortes. O outro ia fugindo quando dei um pontapé no ovo, que o fez cair no chão chorando.
Era chegada a hora. Passei o cartão, que ficou com incríveis 5 centavos de crédito, e peguei o martelo. No começo foi moleza. Os jacarés apareciam em um intervalo de tempo grande, e botavam a cabeça inteira pra fora. Mas a alegria não durou muito. De repente, eles começaram a deixar só o nariz à mostra. Isso somado à maciez do martelo tornou impossível bater neles, que passaram a rir de minha cara. Vez ou outra um mais corajoso deixava o pescoço do lado de fora, e acabava martelado. Mas mesmo assim isso não foi suficiente. Acabei com uns 15 tickets e ridicularizado pelos molequinhos que haviam acordado do desmaio.
Apesar desse fracasso, meu bolso estava lotado de tickets. Lembrei que lá tem uma maquininha que serve pra contá-los. Fui em direção ao posto de trocas, e avistei um fone de ouvido bonitão. Pensei logo em pegar ele, mas desisti quando cheguei perto e vi o valor: 2100 tickets! Caralho! Esvaziei meu bolso em cima do balcão. Catei de volta meu celular, chave de casa e xuxa de cabelo. O resto a mulher foi pegando e metendo na máquina. Mas aí me assustei: os tickets entravam lá mas não saiam!!!! Porra, eu queria só saber quantos tinha!!! Agora teria que gastar todos ali na hora! Ao final da contagem, eram 134. Bem, eu já tava pensando no que levar. O máximo que eu poderia pegar era uma régua infantil em forma de dinossauro, que custava exatos 134 tickets. Aí então a mulher pediu meu cartão.
"Vai tomar no cu, sua vadia! Roubou meus tickets e agora quer meu cartão! Paguei um real por ele!". Ela me deu um soco e tomou-o de minha mão. Passou na maquininha e disse:
"Pronto, agora você tem 134 tickets creditados!". Realmente fazia tempo que eu não ia ali.
Vamos agora calcular quantos reais seriam gastos no jogo pra pegar o fone de ouvido que eu tanto queria.
R$14,00 resultaram em
134 tickets.
2100/134 dá mais ou menos
15. E
15x14 dá
210. Levando em conta que aquele fone custa no máximo
20 reais, pra levá-lo para casa é necessário pagar
R$190,00 a mais do que vale. Pouquinho, né?
Já estava na hora marcada, então fui em um restaurante encontrar com minha mãe. Meu pai também estava lá (lembra que eu disse?). Quando cheguei, ele perguntou onde eu tava.
"Playland? Mas você não tem dinheiro nenhum! Sua mãe pagou, né? Quanto foi? 15 reais?!?!?!". E finalizou:
"Vou descontar da sua mesada, seu sacana de merda!".
E assim vou ficando cada vez mais pobre...