Quando pequeno aprendi que, traçado um objetivo, a melhor alternativa é segui-lo até o final. Bem, na verdade não sei quando aprendi, ou até mesmo se inventei, mas vamos em frente. É que ontem pus isso em prática.
Deu uma vontade imensa de tomar um picolé
Moça Fiesta Brigadeiro (acho inclusive que estou grávido). Saí do conforto de minha casa determinado a não voltar antes de chupar (ui!) a
Moça (ahá, peguei vocês!). Passei por vários
freezers da Nestlé, em diversas lojas e farmácias, mas nenhum tinha o bendito picolé. E olha que ele nunca foi difícil de encontrar... Talvez seja a vassoura-de-bruxa atacando a lavoura cacaueira do sul da Bahia novamente. Ó céus. Meu avô de Jequié era magnata antes dessa praga. Voltemos ao assunto.
O fato é que depois de andar muito, mas muito mesmo, consegui o picolé. Não sem antes colocar um pouco de emoção, lógico.
Imagine que estou numa avenida reta bem comprida. E eu realmente estava. Ao longo dela, vários mercadinhos, farmácias, etc. Fui entrando em todos os lugares, sem sucesso na minha busca, até que restavam apenas dois. A cada passo ia me distanciando mais de casa. Agora estava em frente a uma locadora, muito careira por sinal (lançamento é 5 reais 24h, que roubo!). Ela podia ter o picolé. Ela provavelmente tinha o picolé. Era mais fácil ela ter o picolé do que ter filmes. Uns 50 metros adiante, a última farmácia - e também o fim da avenida. Também podia haver um
Moça Fiesta Brigadeiro ali. Resolvi arriscar: passei direto pela locadora e fui à farmácia. Se tivesse o picolé lá, ótimo. Se não tivesse, ao menos gastei algumas calorias (não que eu esteja precisando, claro).
Nem preciso dizer que não tinha, né.
Você: Agora já disse, mongol!É verdade. Bem, foda-se. Voltei os 50 metros recém-andados já temendo pelo pior. Mas não. Claro que a locadora tinha um
Moça Fiesta Brigadeiro. E pelo preço de tabela, apenas 2 reais (uns seis cliques no banner)!
Picolé no bucho, hora da famosa Coca-Cola 290ml em garrafa de vidro (essa é de lei) por 1 real (três cliques no banner). Quem tem um pouco de cultura sabe que não existe outra opção de 290ml além da garrafa de vidro, mas é melhor deixar tudo bem explicadinho. Sabe-se lá o tipo de gente que lê isso aqui...
Então entrei num bar que fica no caminho pra casa. É bem ao estilo bar-escroto-de-filme-gringo. De filme gringo porque um bar escroto brasileiro é muito pior que um bar escroto gringo. Isso também é questão de cultura.
- Só tem Pepsi.
Foi assim que disse o "garçom"
rispidamente (os bares escrotos gringos são assim ríspidos). "Garçom" porque não sei como são chamados os caras que ficam dentro do balcão de um bar, onde tudo que existe é o balcão mesmo. Ah, e uns banquinhos na frente e dos lados também, porque ficar em pé é foda.
Vista aérea. Olha, a Pepsi é até gostosinha, mas não é Coca. Como já estava inspirado pela saga do picolé, resolvi tomar a pretinha original (a Pepsi não passa de uma imitação, assim como a Schin Cola) custe o que custar. Não foi necessário andar muito, numa barraquinha pertinho já tinha. Porra, que delícia.
(eu sei que a parte da Coca foi sem graça, não precisa dizer)
(e Vinicinho, eu sei que você já tava pensando em dizer que o post todo foi sem graça)
No final, economizar o dinheiro do lanche no colégio não adiantou nada (é, a situação tá braba), porque gastei todo de tarde "em casa". "Em casa" porque foi tudo aqui por perto, você entendeu. Porra, essa mania de explicar as aspas é muito chata.
Mas até que valeu a pena. Nunca em toda a minha vida me senti um homem tão honrado.